30.9.09

Por mim...


"Eu gosto do seu corpo
Eu gosto do que ele faz
Eu gosto de como ele faz
Eu gosto de sentir as formas do seu corpo
Dos seus ossos
E de sentir o tremor firme e doce
De quando lhe beijo
E volto a beijar
E volto a beijar
E volto a beijar..."


(Poema de E. E. Cummings)

20.9.09

Arcano 0: a última e a primera carta do tarô...




Talvez costume,crença,mania de saber opiniões vinda dos quatro cantos, talvez até por 'bobageirice', gosto de consultar periódicamente o tarô.Eis que deparo-me com a carta que mais me encanta: O LOUCO ou BOBO para os demais tipos.
Peguei um texto,não sei se poema,mas bastante interessante.Identifico-me em muitas coisas...não querendo fazer a linha drama "oh ninguém me enxerga" , mas sim pelo modo ao qual O LOUCO se expõe: saber ser de tudo um pouco, mas na verdade se sentir nada ou simplesmente não saber quem ele é....


"Caminhando... olhando com o olhar do devanear.
Olhando para Nada, olhando no Nada.
Olhando nesse Nada misterioso de onde vem o Universo,
nesse Nada divino que contém as galáxias.

Sentindo-se um zero.
Sentindo-se nada.
Sentindo-se tudo.
Em comunhão com a imensidão, com o Céu e com a Terra:
"Tudo isso sou eu. Esse Universo sou eu."

Seu caminhar o/a levou para uma pequena cidade.
Caminhando na rua principal você sente:
"Ninguém presta atenção para esse Nada que eu sou.
Ninguém, fora os cachorros.
Eu sou Nada."

Da mochila, que parecia nada conter,
você tira uma coroa,
vestindo-se de rei,
começando o teatro.
Você é um ator em um papel de rei.
As pessoas da cidade vêm admirar o espetáculo. Aplaudem.

Vestindo-se de camponês, você é um ator em um papel de camponês.
As pessoas da cidade aplaudem.

Vestindo-se de velho... vestindo-se de jovem... vestindo-se de ingênuo...
vestindo-se de esperto...
vestindo-se de guerreiro. Aplaudem, aplaudem.

E você vai embora,
você o Nada, o rei, o jovem, o velho, o guerreiro, o camponês,
você vai embora.
O Nada que você é vai mais longe,
vestir-se com a imensidão dos caminhos,
vestir-se das colinas, das árvores, do vento, da chuva,
vestir-se da Luz das estrelas,
do Sol e do luar.
Você vai, sem saber para onde.
Qualquer caminho caminha
na imensidão da Realidade divina.
Caminha no Ser.

"Eu sou Nada, posso vestir qualquer forma,
a forma de um rei ou de um vagabundo,
a forma da juventude ou da velhice,
a forma da estupidez ou da sabedoria.
Minha mochila está vazia.
Minha mochila contém o Céu e as estrelas,
o Sol e a Lua,
o mar, as florestas, as cidades com seus moradores
e o vento que vem do mar,
o vento onde voam os pássaros
e o vento de Luz, que vem das galáxias.
Não sei nada, o Universo é grande demais.
Eu compreendo sendo.
Para compreender o rei eu sou o rei,
para compreender a vida sou a vida,
para compreender o amor, amo.
Para compreender o relâmpago, eu caio do Céu,
para compreender o fogo, danço a dança das chamas,
para compreender você, sou você.
Para compreender o Divino, entro em comunhão.
Podem latir os cachorros e morder.
Podem morder as minhas roupas.
Não podem morder o Nada que eu sou."

Imaginando o Templo do Sol,
você é Você,
embaixo da grande cachoeira de Luz.
E com prazer você veste seu corpo humano,
para respirar o vento que vem do mar,
para admirar a beleza tranqüila do pôr do Sol,
e para participar da criação permanente do Universo...."