20.9.09

Arcano 0: a última e a primera carta do tarô...




Talvez costume,crença,mania de saber opiniões vinda dos quatro cantos, talvez até por 'bobageirice', gosto de consultar periódicamente o tarô.Eis que deparo-me com a carta que mais me encanta: O LOUCO ou BOBO para os demais tipos.
Peguei um texto,não sei se poema,mas bastante interessante.Identifico-me em muitas coisas...não querendo fazer a linha drama "oh ninguém me enxerga" , mas sim pelo modo ao qual O LOUCO se expõe: saber ser de tudo um pouco, mas na verdade se sentir nada ou simplesmente não saber quem ele é....


"Caminhando... olhando com o olhar do devanear.
Olhando para Nada, olhando no Nada.
Olhando nesse Nada misterioso de onde vem o Universo,
nesse Nada divino que contém as galáxias.

Sentindo-se um zero.
Sentindo-se nada.
Sentindo-se tudo.
Em comunhão com a imensidão, com o Céu e com a Terra:
"Tudo isso sou eu. Esse Universo sou eu."

Seu caminhar o/a levou para uma pequena cidade.
Caminhando na rua principal você sente:
"Ninguém presta atenção para esse Nada que eu sou.
Ninguém, fora os cachorros.
Eu sou Nada."

Da mochila, que parecia nada conter,
você tira uma coroa,
vestindo-se de rei,
começando o teatro.
Você é um ator em um papel de rei.
As pessoas da cidade vêm admirar o espetáculo. Aplaudem.

Vestindo-se de camponês, você é um ator em um papel de camponês.
As pessoas da cidade aplaudem.

Vestindo-se de velho... vestindo-se de jovem... vestindo-se de ingênuo...
vestindo-se de esperto...
vestindo-se de guerreiro. Aplaudem, aplaudem.

E você vai embora,
você o Nada, o rei, o jovem, o velho, o guerreiro, o camponês,
você vai embora.
O Nada que você é vai mais longe,
vestir-se com a imensidão dos caminhos,
vestir-se das colinas, das árvores, do vento, da chuva,
vestir-se da Luz das estrelas,
do Sol e do luar.
Você vai, sem saber para onde.
Qualquer caminho caminha
na imensidão da Realidade divina.
Caminha no Ser.

"Eu sou Nada, posso vestir qualquer forma,
a forma de um rei ou de um vagabundo,
a forma da juventude ou da velhice,
a forma da estupidez ou da sabedoria.
Minha mochila está vazia.
Minha mochila contém o Céu e as estrelas,
o Sol e a Lua,
o mar, as florestas, as cidades com seus moradores
e o vento que vem do mar,
o vento onde voam os pássaros
e o vento de Luz, que vem das galáxias.
Não sei nada, o Universo é grande demais.
Eu compreendo sendo.
Para compreender o rei eu sou o rei,
para compreender a vida sou a vida,
para compreender o amor, amo.
Para compreender o relâmpago, eu caio do Céu,
para compreender o fogo, danço a dança das chamas,
para compreender você, sou você.
Para compreender o Divino, entro em comunhão.
Podem latir os cachorros e morder.
Podem morder as minhas roupas.
Não podem morder o Nada que eu sou."

Imaginando o Templo do Sol,
você é Você,
embaixo da grande cachoeira de Luz.
E com prazer você veste seu corpo humano,
para respirar o vento que vem do mar,
para admirar a beleza tranqüila do pôr do Sol,
e para participar da criação permanente do Universo...."

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